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NA ERA DO ENSINO BILÍNGUE, SERÁ QUE ELE É BOM MESMO?

Qual a diferença entre ensino bilíngue e ensino da segunda língua?

Esta dúvida bastante comum é facilmente respondida quando nos perguntamos: nesta escola, a criança aprende inglês ou aprende EM inglês? Se a resposta for a primeira, então trata-se do ensino da segunda língua, com métodos e recursos comuns à escolas de idiomas. Já se a resposta for que a criança aprende em inglês, então trata-se realmente do ensino bilíngue. Escolas que oferecem programas bilíngues possibilitam que as crianças aprendam conteúdos curriculares em uma segunda língua (normalmente o inglês), vivenciando o aprendizado dessa língua diariamente, de forma natural e contextualizada, ao invés de em momentos pontuais, como o que ocorre nos programas de ensino de segunda língua.





O bilinguismo nos anos iniciais da infância pode ser prejudicial ao desenvolvimento da criança?

A dúvida sobre um possível comprometimento do desenvolvimento linguístico e cognitivo das crianças expostas a um ensino bilíngue existiu entre pais e educadores por anos. Na primeira metade do século 21, a ideia comum à maioria das pessoas era a de que tanto o bilinguismo quanto a aprendizagem de uma segunda língua (depois que a primeira já estava estabelecida) nos anos iniciais da infância resultavam em confusão mental na criança, e interferiam de maneira negativa em seu desenvolvimento cognitivo e sucesso acadêmico. Entretanto, em 1962, um estudo realizado por pesquisadores da universidade canadense Mc Gill, reverteu dramaticamente essas ideias, mostrando que crianças bilíngues obtinham melhores resultados que crianças monolíngues em uma série de testes de inteligência e em diferentes aspectos de seu desempenho escolar. Este trabalho, dos pesquisadores Elizabeth Peal e Wallace Lambert, é considerado até hoje um divisor de águas, que deixou definitivamente as dúvidas sobre possíveis malefícios do bilinguismo na Educação Infantil para a esfera da falta de informação e não mais para a falta de dados de pesquisa.


Crianças que estudam em escolas bilíngues desde cedo têm a aprendizagem do português comprometida?

Algumas pesquisas demonstram que crianças bilíngues tendem a possuir um vocabulário mais restrito em cada uma das línguas de domínio do que o vocabulário que crianças monolíngues possuem na sua única língua. Entretanto, se computarmos o vocabulário total da criança bilíngue (a soma do vocabulário nos dois idiomas), não há mais desvantagem. Ainda, esse gap de vocabulário na língua mãe vai diminuindo ao longo dos anos, sendo praticamente inexistente quando a criança atinge a vida adulta.

Por outro lado, pesquisas também mostram que crianças bilíngues possuem compreensão equivalente ou superior à das crianças monolíngues sobre a estrutura linguística do idioma, especialmente no que tange a compreensão fonética, o que lhes garante maior facilidade e velocidade nos processos de letramento, alfabetização e domínio da leitura.


Quais as vantagens do bilinguismo para a vida da criança?

Hoje já está demonstrado que o bilinguismo na Educação Infantil tem o poder de influenciar o curso e a eficiência do desenvolvimento da criança, e as vantagens não se restringem somente ao que tange o domínio do segundo idioma. O bilinguismo potencializa o desenvolvimento cognitivo e expande as habilidades executivas da criança, que passa a ter maior memória de trabalho, e maior habilidade de planejamento e de solução de problemas.

Sobretudo, em um mundo globalizado, como o que vivemos, dominar mais de um idioma derruba barreiras culturais e profissionais, possibilitando à criança se tornar, verdadeiramente, uma cidadã do mundo!

(texto publicado na revista NOI edição março/2018)



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